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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Grandes Discursos: "Terceiro Discurso contra Filipe" de Demóstenes

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Demóstenes, considerado uma dos grande oradores da Antiguidade clássica, proferiu, em 341 A.C, o terceiro dos quatro discursos contra Filipe. Defensor das liberdades, acusador daqueles que utilizam os privilégios para se aproveitarem dos mais fracos, condenador daqueles que não cumprem a palavra, Demóstenes procurou, durante anos, despertar os seus concidadãos para os perigos que se avizinhavam perante a apatia que manifestavam em relação aos avanços de Filipe II da Macedónia na península Grega.  Quando o monarca chegou à Trácia, os Atenienses convocaram uma assembleia para decidir o que fazer. Nessa ocasião, o famoso orador proferiu um dos mais aclamados (e veementes) discursos  a favor tomada de acção. Perante aqueles que tomavam por garantido o estilo de vida Ateniense, as exortações e conselhos de Demóstenes, enfática e ousadamente, insta-os a agir.  Quando Demóstenes, no fim do discurso, se calou o resultado foi eufórico: a multidão na assembleia aceitou, em histeria, as

Grandes Discursos: “Duties of American Citizenship” de Theodore Roosevelt

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A 26 de Janeiro de 1883, Theodore Roosevelt, 26º Presidente dos Estados Unidos da América, proferia o famoso discurso  “ Duties of American Citizenship ”. Um auditório heterogéneo e motivado escutou, em Buffalo (New York), este discurso acerca dos motivos pelos quais os cidadãos se devem envolver na política instruindo, ainda, os modos pelos quais deviam fazê-lo. Trata-se de um discurso relevante que não se aplica somente  à realidade Norte-Americana mas a todo o mundo. Com efeito, ainda hoje se apresenta como relevante para revalorizarmos a cidadania activa comprometida com a política. Assunto que é tanto mais importante quanto actualmente a abstenção eleitoral média em Portugal atinge quase os 50%! Roosevelt examinava aqueles que se resguardavam da política sob o pretexto de estarem demasiado ocupado. Mas - contrapunha Roosevelt - o dever de qualquer um é dedicar-se à causa pública e, na medida das suas possibilidades, contribuir para um bom governo. Assim, os cidad

O que o Áudio pode fazer por si

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O mais importante para um orador é a forma como ele comunica com o seu auditório e estabelece um ligação com ele. Neste sentido, aquilo que ele profere assume uma importância central. Contudo, isso não significa que não utilizemos um conjunto de acessórios, dispositivos ou documentos multimédia que ajudem a tornar mais vívida, impressionante e persuasiva a sua oratória. Os documentos Áudio podem ser importantes contribuições para uma comunicação convincente contribuindo para salientar o poder retórico do orador. Algumas descrições e explicações são incompletas são a participação de som. Lembro-me de um orador norte-americano que nos falava da sua paixão pela música e como ele a utilizava de forma analógica para nos explicar como uma boa vida é aquela que revela harmonia. Assim, ele levou um violino para palco e, à medida que proferia o seu discurso, acentuava as suas ideias através da certas notas musicais. Existe toda uma variedade possível de "provas retóricas&q

Como usar as pausas a seu favor

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Para ser persuasivo e causar impacto no auditório, um discurso deve ser pontuado. Na oralidade, as pausas  - os silêncios que o orador cria - são as pontuações que permitem que as ideias do orador sejam claras e expressivas.  Saber usar retóricamente as pausas revela-se inestimável. São as pausas convenientes que permitem que o orador seja compreendido. São elas, também, que veiculam grande parte do valor emocional de certas passagens do discurso, destacando assuntos ou salientando palavras. Eis alguns dos principais tipos de pausas: Pausa de Intervalo: o silêncio antes do discurso O primeiro tipo de pausa é-nos ilustrado pelos vencedores dos Óscares. Já reparou, com certeza, que eles não iniciam o seu discurso de agradecimento de repente. Normalmente, eles sorriem, olham para a plateia (ou a câmara de televisão), respiram (alguns voltam a sorrir) e só depois começam a falar. A pausa de intervalo refere o tempo que o orador coloca entre si e o seu discurso. 

"O Síndroma do Tempo". E agora?

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" Adoptaoritmodanatureza:oseusegredoéapaciência " Percebeu? Nem eu. Muitos oradores são afligidos por uma coisa terrível: o tempo. Sabemos o quanto o tempo é impedioso e que nunca dá tréguas. Algumas pessoas apresentam o Sindroma do Tempo:  sentem que não têm tempo para apresentar todas as suas ideias. Para elas, o tempo não se compadece nunca; passa sempre de forma constante... e cruel! Assim, muitos oradores apressam o seu discurso e procuram encurtá-lo de modo a encaixar-se nos (poucos  e escassos) minutos que lhe são destinados. Contudo, e m vez de economizarem as suas ideias, eles dizem as mesmas coisas... mas muito mais depressa! A cena é frequente: uma comunicação de 45 minutos " espremida " em 20 minutos. Isto não é assim tão raro nas conferências por onde tenho passado. Perante a falta de tempo, a tendência da maioria dos oradores é manter a apresentação inicial e condensar as ideias.  Eles começam, assim, a falar mais depressa,

3 Subtilezas dos Oradores mais Persuasivos

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Pense naquele orador tão claro que nem fazemos esforço para o compreender. Ou naquele outro que comunica de forma tão confiante e persuasiva. Há oradores que espontaneamente conseguem chegar às pessoas, reconhecer as suas expectativas e adequar o seu discurso.  Sabe o que oradores mais persuasivos fazem de especial? Conheça alguns dos segredos subtis mais bem guardados da comunicação persuasiva. 1.Conhecem aqueles para quem falam Os oradores persuasivos conhecem pormenorizadamente o auditório a que se dirigem. Dão atenção às características profissionais e pessoais das pessoas com quem falam. Mas, sobretudo, adaptam-se às pessoas: podem mostrar uma linguagem corporal menos ameaçadora perante pessoas mais tímidas, ou adoptar uma postura energética e expansiva perante pessoas activas e empreendedoras. 2. São Empáticos Num estudo recente da Universidade de Stanford pediu-se aos estudantes que obtivessem um acordo acerca de determinado tema. 55% dos estudantes c

Apresentações Multimédia: vantagens e desvantagens

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Uma larga maioria dos oradores contemporâneos não dispensa o uso de dispositivos multimédia - como o Powerpoint ou o Prezi. Com efeito, a grande maioria dos meus alunos utiliza apresentações Powerpoint durante os seus trabalhos de Retórica e Comunicação . O uso de ferramentas multimédia está na moda mesmo se isso causa frequentemente comunicação áridas, monótonas e entediantes. Muitas pessoas pensam que são o Powerpoint ou o Prezi que tornam interessante, estimulante e original as suas comunicação. Não é verdade: o que torna singulares as apresentações são os oradores! Se a sua apresentação é aborrecida, o Powerpoint não a vai tornar menos aborrecida. Se enquanto orador não conseguir cativar o auditório, não serão as ferramentas multimédia que o conseguirão. Quando muito, elas poderão focar a atenção do auditório durante breves segundos. Mas assim que terminarem de ver os slides, é ao orador que cabe cativá-las! De facto, não é por existirem meios técnicos de mostrar imagens,

"Devo Ensaiar? "

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Muitas pessoas apresentam dotes oratórios excelentes e confiam tanto neles que raramente preparam uma comunicação. O ensaio é para essas pessoas uma pura perda de tempo. Acreditam que o ensaio lhes tirará espontaneidade e emoção. Preferem, no grande dia, experimentar pela primeira vez e improvisar a partir daí. É uma aposta arriscada mas que lhes vai servindo. Confiam que como tem sempre corrido tudo bem, a próxima vez não será excepção. Mas será mesmo assim? Frequentemente, os meus alunos perguntam-me se devem ensaiar. A resposta é: sim, sim e sim! O ensaio  não é apenas sobre memorizar as partes do discurso e proferi-las segundo uma dada ordem. O ensaio também não é apenas preparar um discurso que será repetido no dia seguinte. Ensaiar é, antes, certificar-se que aquilo que vai oferecer ao seu auditório é o melhor que consegue! O ensaio é, no fundo, uma antecipação . É constatar aquilo que pode correr menos bem e corrigir. É confirmar os pontos fortes e sustentá-los!