Aspasia, a mulher que ensinou eloquência a Péricles

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Aspásia de Mileto (470-410 AC) é um dos primeiros exemplos de mulheres ligadas à eloquência e à retórica. Tendo um relacionamento com o estadista, orador e general Ateniense Péricles, com quem teve um filho, Aspásia foi uma mulher culta e educada que previsivelmente exerceu grande influência no meio intelectual e político de Atenas.


Oriunda de uma família rica de Mileto, na época, antiga cidade da Ásia Menor (actualmente Turquia), Aspásia recebeu, desde pequena, uma educação refinada e variada.

Embora não tenha chegado até nós discursos de Aspásia, acredita-se que será da sua autoria os discursos fúnebres proferidos por Péricles depois da Guerra do Peloponeso. No diálogo Menexenus, de Platão é referido que o próprio Sócrates se havia maravilhado com a sua eloquência.

A sua reputação, ao longo dos séculos, foi envolta em polémica. Aristófanes, na peça satírica Os Acarnânios culpa Aspásia pela guerra do Peloponeso. Outros autores descrevem-na como sendo moralmente devassa. Contudo, outras fontes possuem uma opinião bem mais benevolente. Quintiliano cita-a como uma professora competente e eloquente, chegando até nós relatos de ser uma exímia oradora, com uma expressão graciosa equilibrada pela sua sabedoria e conhecimento. De acordo com Plutarco, a sua casa tornou-se um centro intelectual de Atenas atraindo os escritores, poetas e filósofos mais distintos do seu tempo, inclusivamente Sócrates.

Para a historiadora Madeline Henry, Aspásia de Mileto é uma personagem central da história intelectual de Atenas do Séc. V AC.  e uma das mais importantes do seu tempo, pelo estatuto e notoriedade conquistados.

Fica aqui um retrato em tons de feminino da oratória clássica e o testemunho de uma personalidade chave para compreender o papel das mulheres, não apenas na retórica, como também, na Grécia Antiga.


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Retoricamente, bons discursos!


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