Aquilo que alguns oradores costumam fazer (e não deviam)- parte II
No seguimento do post anterior, volto a abordar alguns maus hábitos no domínio da comunicação em público.
A comunicação deve ser fluida e natural. Existe um hábito pernicioso que impede a fluidez espontânea que reconhecemos nos grandes oradores:
Ler o discurso como se ele fosse entediante!
Se as leituras robóticas, pouco entoadas e monocórdicas, prejudicam a transmissão e partilha de ideias entre orador e auditório, então porque é que muitas pessoas insistem em ler um guião das suas apresentações como se esta fosse a coisa mais entediante do mundo?
Não existe nada de mal em ler um discurso. O que é um mau hábito, do ponto de vista da eloquência e persuasão, é ler um discurso como se ele fosse desinteressante e aborrecido.
Sabe que sentimento transmite àqueles para quem discursa quando lhes dá a entender que aquilo que escuta é maçador?
Ela vai pensar (e sentir) que tudo aquilo que lhe diz é enfadonho!
Não leia os seus discursos como se eles fossem uma documento meramente informativo. Não leia como se se tratasse da bula de uma medicamento: de forma inexpressiva, desapaixonada, fria ou ausente.
Como Conseguir que a sua leitura seja entusiasmante:
Em vez de ler um discurso vibrante e original como se ele fosse apenas mais discurso banal, procure pôr em prática as seguintes dicas.
- Sorria e estabeleça contacto visual com as pessoas para quem discursa- Isto vai aproximá-lo do auditório além de que replica o tom informal com que conversamos habitualmente com os outros.
- Dê expressividade às suas ideias através dos elementos paralinguísticos - Use as pausas, faça várias entoações, aumente o volume nas partes críticas. Ritmo, entoação e volume são três elementos fundamentais do "colorido" do seu discurso escrito. São elas que tornam vivas as palavras! Use o poder da paralinguagem para dar vivacidade e transmitir energia ao seu auditório.
- Insira espontaneidade - Mesmo perante um discurso escrito, pode improvisar e ser espontâneo, especialmente nas passagens que exigem um pouco mais de desenvolvimento. Aproveite todas as oportunidades para fazer um pequeno parenteses e insira breves comentários, reflexões, adendas ou esclarecimentos que irão quebrar toda a rigidez, formalidade e distanciamento caractecterísticos da leitura.
Em síntese, ler de forma inflexível não lhe dá traz benefício algum.
Incorpore uma pitada de espontaneidade, expressividade e proximidade visual para fazer da sua leitura, não um momento de afastamento do auditório mas uma oportunidade de o atrair até si e às suas ideias!
Retoricamente, Boas Leituras!