O Acrónimo AIDA na Comunicação Retórica
Um dos mais célebres acrónimos da Comunicação de Marketing é o AIDA: Atenção, Interesse, Desejo e Acção!
Num mundo onde as mensagens nos surgem em catadupa e onde toda a gente parece querer a nossa atenção (ex: clique aqui, compre já, não perca, etc), é cada vez mais difícil à comunicação destacar-se.
Conheça de que maneira podemos utilizar o AIDA para tornar as nossas comunicações em público mais persuasivas.
Atenção (Atrair)
Quando comunicarmos perante auditórios, queremos que, antes de mais, ele se concentre em nós. Captar a sua atenção é o primeiro passo se pretendemos influenciá-lo, de forma forma.
Não facilite e comece, logo, por lhe dar um título de comunicação intrigante. Lembra-se de títulos intermináveis e obscuros. Afaste-se deles!
O seu título tem de ser misterioso deixando alguma coisa em aberto. Claro que deve procurar que ele não seja demasiado vago. Porém, isso não significa que deixe o seu auditório a querer saber do que se trata.
Começa a ganhar a atenção do auditório.
Interessar (Manter)
O seu discurso deve oferecer aquilo que o título promete ou antecipa. Depois de ganha a atenção do auditório, agora há que mantê-la. E isso não é simplesmente falar. É falar com a certeza de que a atenção se transforma em interesse e vontade de o ouvir.
Seja cativante: mostre, demonstre, faça o seu auditório aprender algo de novo. Por exemplo, esta oradora falava do sistema nervoso e decidiu levar a palco um modelo do cérebro e da espinal medula. Alguém o esperaria? Certamente que não.
Atenção conseguida, Interesse garantido.
Desejo (Querer)
A partir de um auditório interessado podemos aprofundar esse interesse no nosso tópico. Nesta fase, o orador deve ajudar o auditório a compreender de que forma aquilo que lhe apresenta o pode ajudar efectivamente, na vida real. Assim, se está a vender determinado frigorífico, a persuasão manda que estimule o desejo desse frigorífico no seu auditório mostrando-lhe exactamente como é que aquele modelo especifico seria melhor para ele do que outro (mais económico, por exemplo).
Para estimular ao vontade de ouvir o orador, mas também de aderir áquilo que este lhe apresenta, o auditório necessita de perceber, de forma evidente e clara, que isso vai de encontro às suas necessidades e desejos. Como o fazer? Simples, conheça o melhor possível o seu auditório e irá conhecer quais as suas necessidades e desejos.
Conhecer o auditório é atender às suas expectativas.
Acção
Por fim, o discurso retórico poderá despoletar um comportamento. Por exemplo, um feirante quererá chamar a atenção dos potenciais clientes, cativar o seu interesse e responder às suas necessidades e desejos. Mas necessita igualmente de levá-los a comprar os seus produtos. Sem a Acção, Atenção, Interesse e Desejo são inconsequentes.
Mesmo num discurso político, onde não vendem artigos, encontramos a Acção: por exemplo, votar em determinado partido nas próximas eleições.
Influenciar passa, por vezes, por levar a agir.
Comunicar de forma persuasiva pode, pois, ser entendida de acordo com a gestão de 4 fases (AIDA): Atenção, Interesse, Desejo e Acção.
Cada fase é interdependente e cumulativa: a Acção depende da Atenção, Interesse e Desejo. O Desejo depende da Atenção e do Interesse. E o Interesse depende, em boa medida, da Atenção.
O orador eficaz e convincente é aquele que equilibra o acrónimo AIDA nas suas comunicações!
Retoricamente, Bons Discursos !