"Quanto tempo devo demorar?" Menos do que pensa...
Costuma-se dizer que mais vale pouco mas bom do que muito... mas mau.
O mesmo se aplica à Retórica e à Comunicação Persuasiva. Muitos oradores demoram 60 minutos para expor ideias que poderiam ser muito mais eficazes se transmitidas em apenas 20 minutos, por exemplo. Na oratória, menos é mais.
O segredo para discursos que impressionam
Se for breve vai conseguir:
O mesmo se aplica à Retórica e à Comunicação Persuasiva. Muitos oradores demoram 60 minutos para expor ideias que poderiam ser muito mais eficazes se transmitidas em apenas 20 minutos, por exemplo. Na oratória, menos é mais.
A maioria dos oradores gosta de discursar entre 40 a 60 minutos (dependendo características da situação retórica: aula, palestra, conferência plenária, reunião, etc). Contudo, as comunicação de auto-glorificação, densas, demoradas, centradas no conhecimento aparentemente ilimitado do orador são muito perigosas!
Ao concentrarem-se nos interesses particulares do orador (demonstrar sabedoria, demonstrar a sua autoridade no assunto, comprazer-se com toda a atenção que lhe devotam, etc), os discursos que ocupam um excesso de tempo estão a alienar o auditório.
Ao concentrarem-se nos interesses particulares do orador (demonstrar sabedoria, demonstrar a sua autoridade no assunto, comprazer-se com toda a atenção que lhe devotam, etc), os discursos que ocupam um excesso de tempo estão a alienar o auditório.
Perigos de um discurso demasiado longo
- Podem ser difíceis de compreender - discursos longos aumentam a carga cognitiva pedida ao auditório. depois de dizer tantas coisas, não é fácil para quem escuta o orador de perceber o seu ponto de vista.
- Confundem o Acessório com o Fundamental - o orador tende a dispersar-se focando-se em tópicos secundários e esquecendo-se dos tópicos cruciais para provar a sua tese.
- Causam Fatiga- Por experiência própria, o leitor deste blog sabe o quanto é difícil manter-se concentrado por longos períodos de tempo. Os auditórios tendem a distrair-se e quanto mais tempo demoramos, maior a probabilidade da desatenção efectivamente ocorrer.
- Desrespeitam o Auditório- O orador deve sempre focar-se nas necessidades e expectativas daqueles que o escutam. Assim, se está programado demorar 30 minutos mas já ocupou 55 m numa altura em que ainda nem entrou nas conclusões, então tem um sério problema em mãos. Sempre que um orador demorar mais tempo do que aquele que estão dispostos a conceder-lhe ele está a desprezar o tempo do auditório. O tempo é precioso. Isso não significa que tome todo o tempo do mundo ao seu auditório.
- Quanto mais tempo tem, maior é a tendência do orador "despejar" informação - Um erro que muitos oradores cometem é tentar entornar ou encaixar o máximo de dados, gráficos, citações, etc. As suas comunicações ficam atulhadas em informação impedindo o auditório de realmente fixar a informação que interessa. Quando inundamos a mente do auditório com todo o género de informação, não sobra espaço para ele recordar-se do que realmente importa. É verdade que Aristóteles, no seu tratado Retórica, enfatizou a importância do Logos e dos raciocínios, cálculos, demonstrações ou números. Contudo, isso não quer dizer que a sua comunicação seja construída neste único registo nem que sobrecarreguemos o auditório com aquilo que não é essencial. Como dizia Ernest Hemingway, "São precisos dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar".
Quando 10 minutos são suficientes
Sabia que o discurso de Abraham Lincoln conhecido por "Gettysburg Address" possui apenas 272 palavras e que demorou cerca de dois minutos a ser proferido? Não é interessante que o discurso de Winston Churchill, "Blood, Toil, Tears and Sweat" seja composto por somente 688 palavras?
Vários estudos demonstram que o pico de atenção da maioria das pessoas situa-se em cerca de 10 minutos. A partir daí a atenção decresce progressivamente.
Quando atingimos os 25 minutos, a mente do auditório já não está com o orador. Começam, pois, a surgir cada vez mais digressões por outros assuntos (ex: o que tenho de fazer quando sair daqui).
O segredo para discursos que impressionam
Tudo o que tem a fazer para não cair na categoria dos oradores enfadonhos, aborrecidos e demorados é... ser conciso! Seja breve. Ocupe pouco tempo e terá toda a atenção do mundo voltada para si.
Faça discursos mais pequenos!
Aproveite o máximo da atenção do auditório e evite os perigos que os discursos longos contêm.
Isto não quer dizer que não diga tudo aquilo que tem de dizer. Claro que deve ser completo e rigoroso na exposição das suas ideias. Mas a sua exposição tem de ser conduzida pela concisão. Condense os principais tópicos nas principais informações e cinja-se a isso.
Aproveite o máximo da atenção do auditório e evite os perigos que os discursos longos contêm.
Isto não quer dizer que não diga tudo aquilo que tem de dizer. Claro que deve ser completo e rigoroso na exposição das suas ideias. Mas a sua exposição tem de ser conduzida pela concisão. Condense os principais tópicos nas principais informações e cinja-se a isso.
- Respeitar o seu auditório garantindo que ele obtém aquilo de que necessita (escutar o seu ponto de vista) com a máxima economia de tempo.
- Auditórios com vontade de o escutar. As pessoas mantém o seu máximo de concentração e envolvem-se mais intensamente com os temas que discute.
- Rentabilizar o seu tempo e o do seu auditório
- Impressionar os outros ao ser rigoroso e mostrar o domínio do seu assunto sem ser necessário ultrapassar o tempo previsto.
Os melhores oradores deixam os seus auditórios contentes -por não lhes tomar mais tempo do que o necessário. Deixam os seus auditórios satisfeitos - por lhes fazer compreender o seu tópico.
Mas, sobretudo, fazem com o seu auditório fique com "água na boca"- estimulam o "apetite" do seu auditório deixando-o com vontade de o continuar a escutar.
Muitos discursos são como certos pratos: trazem muito pouco bife (e mal cozinhado) para tanta batata. Não se esqueça: o seu auditório quer ideias interessantes e originais. Deseja um discurso breve e essencial. Dê-lhes o que eles vêm obter (o bife) e esqueça aquilo que é mero acompanhamento (batatas). Qualidade, não quantidade!
Muitos discursos são como certos pratos: trazem muito pouco bife (e mal cozinhado) para tanta batata. Não se esqueça: o seu auditório quer ideias interessantes e originais. Deseja um discurso breve e essencial. Dê-lhes o que eles vêm obter (o bife) e esqueça aquilo que é mero acompanhamento (batatas). Qualidade, não quantidade!
Não termine o discurso quando o auditório sentir alívio por o fazer.
Termine-o no momento em que passar a sua mensagem e as pessoas continuarem a desejar ouvi-lo!
Boas (e curtas) comunicações!