Grandes Discursos: Margaret Tatcher na Câmara dos Comuns


Margaret Tatcher, primeira-ministra britânica na Câmara dos Comuns (anos 1980)





Eis um pequeno excerto do discurso no qual se observam vários detalhes relevantes do ponto de vista retórico:
  • A tendência da oradora de ler o discurso poderia fazer com que não estabelecesse contacto visual com o auditório. Contudo, a oradora tem o cuidado de enfrentar o auditório diversas vezes, durante vários segundos, enquanto discursa. (ver video)
  • Insistência no uso da Anáfora (repetição da mesma palavra ou expressão) como em "Como seria prazeroso, como seria popular" (...); ou " todas as empresas têm de fazê-lo, toda a dona de casa tem de fazê-lo."
  • Utilização da Antítese (duas ideias opostas): " Não existe apenas essa coisa de...(...), existe apenas o dinheiro...."
  • Personificação do Estado
  • Assíndeto: "Como seria prazeroso, (e) como seria popular"; "Proteger a carteira do cidadão, (e) proteger os serviços públicos (...)".
  • Metonímia: "Proteger a carteira do cidadão" (Proteger o dinheiro do cidadão).
  • Assume uma identidade colectiva (nós, os britànicos): "Nunca nos devemos esquecer desta verdade fundamental".

Excerto:

"Um dos grandes debates do nosso tempo é sobre quanto do seu dinheiro deve ser gasto pelo Estado e com quanto você deve ficar para gastar com a sua família. Nunca nos devemos esquecer desta verdade fundamental: o Estado não têm outra fonte de recursos para além do dinheiro que as pessoas ganham por si próprias. Se o Estado deseja gastar mais ele só pode fazê-lo levando emprestada a sua poupança ou cobrando-lhe mais impostos. E não adianta pensar que alguém irá pagar, dado que esse “alguém” é você. Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro das pessoas que pagam impostos. A prosperidade não virá por inventarmos mais e mais programas generosos de gastos públicos dado que você também não enriquece por pedir outro livro de cheques ao banco. 

Nenhuma nação se tornou mais próspera por tributar os seus cidadãos para além das suas capacidades de pagar. Nós temos um dever de garantir que cada cêntimo que arrecadamos com os impostos seja gasto bem e sabiamente, pois é o nosso partido que é dedicado à boa economia doméstica. Na verdade, atrevo-me a apostar que se o Sr. Gladstone estivesse vivo, iria-se filiar no Partido Conservador. 

Proteger a carteira do cidadão, proteger os serviços públicos, essas são as nossas duas maiores tarefas e ambas devem ser conciliadas. Como seria prazeroso, como seria popular dizer “gaste mais nisso, gaste mais naquilo”. É claro que todos nós temos causas favoritas, eu pelo menos tenho… Mas alguém têm de fazer as contas, todas as empresas têm de faze-lo, toda a dona de casa tem de fazê-lo, todos os governos deveriam fazê-lo e este irá fazê-lo!"


Fonte: http://maioresdiscursos.blogspot.com/


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Podem assistir à proferição neste link:https://youtu.be/WFIN5VfhSZo


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Retoricamente, bons discursos!

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