Saúde Vocal do Orador: o que (definitivamente) não fazer


No seguimento da mensagem anterior, sobre o que fazer para conseguir uma óptima saúde vocal, apresento aquilo que, enquanto oradores, não devemos fazer.


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Saúde Vocal: o que não fazer:
  • Aumentar o volume da sua voz para se sobrepor ao ruído de fundo
Quem ainda não experienciou esta situação típica? O auditório está cheio e entusiasmado. As pessoas reagem o que lhes disse e, subitamente, gera-se um burburinho. O burburinho aumenta de intensidade. Não desaparece. Parece querer continuar. Então, o que faz? Decide continuar a falar mas desta vez mais alto.
Muitos oradores reagem instintivamente ao ruído de fundo aumentando o volume da sua voz. Em si, isto não representa nenhum problema. Contudo, se o orador começar a falar demasiado alto vai esforçar a sua voz e, em última análise, pode acabar afónico.
Nunca compita com o barulho. Se aumentar um pouco o volume da voz e, mesmo assim, não é suficiente, então, o melhor é pegar num microfone. 
E se o microfone não for suficiente? Nesse caso, há que esperar que o auditório se acalme. Não tenha pressa. Gira os ritmos do discurso em harmonia com as necessidades da sua voz.


  • Gritar ou berrar (de forma prolongada)

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Andar na Montanha-Russa e não gritar é como ir assistir a um jogo de futebol e não gritar "gooooollloooo"!!! quando a sua equipa favorita marca.
Isto não quer dizer que a oratória seja falar bem alto. Estabeleça um limite máximo de volume até ao qual permite que a sua voz alcance. Mais do que isso, é arriscar sérios problemas nas cordas vocais. E quanto mais tempo passarmos a gritar e a berrar (por exemplo, para nos fazermos ouvir numa discoteca), mais períodos de afonia registaremos.
Falar em público não é falar a gritar (ainda que pareça quando, por vezes, ouvimos determinadas personalidades políticas a discursar). Proteja a voz para que possa falar mais vezes e com mais saúde.


  • Falar num tom demasiado grave/demasiado agudo 
Image result for big bang theory~bernadetteTodas as pessoas possuem o seu timbre mas, também, o seu tom de voz. Deve encontrar o ponto ideal da sua voz e nunca fale num tom demasiado grave (nem todos temos de ser o Pedro Abrunhosa) nem num tom demasiado agudo para si (lembra-se da personagem Bernadette de da série televisiva"Teoria do Big Bang"?).
Ajuste o tom às propriedades da sua voz e à saúde das suas cordas vocais e não deixe que, a longo prazo, um tom errado o impossibilite de falar.



  • Limpar a garganta (de modo continuado)
Muitos oradores tossem constantemente como forma de limpar o muco  que se acumula na garganta (conhecido como catarro ou pigarro) , especialmente, em tempo de constipações e gripes. Ao longo do tempo, pigarrear, ou tossir com força, danifica as cordas vocais. Muitas destas acumulações de muco são crónicas fazendo com que o orador passe o ano inteiro a tossir esforçadamente. Além de prejudicar a saúde vocal, esta acção também provoca uma interrupção da fluência verbal levando o orador a suspender as suas ideias a meio das frases.
Assim, se tiver mesmo de pigarrear faça-o com consciência. Tussa moderadamente (apenas o suficiente para aclarar a garganta) e procure fazê-lo nas pausas do discurso. O seu auditório agradecer-lhe-á com interesse redobrado.


Adopte hábitos saudáveis que proteja a sua voz e...
Boas Apresentações - comunicar mais, persuadir melhor!

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