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A mostrar mensagens de outubro, 2018

Mito: os introvertidos não podem ser bons oradores

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Outra das ideias pré-concebidas mais frequentes acerca da oratória e da comunicação em público afirma que as pessoas tímicas, reservadas ou discretas não podem proferir bons discursos. Assim, seria como se os grandes oradores fossem "abençoados" por terem uma personalidade extrovertida, alegre e comunicativa e aqueles que, habitualmente, são menos descontraídos seriam imediatamente remetidos ao silêncio. Não é assim! O carácter do orador (no sentido psicológico do termo e não no sentido retórico de ethos ) ajuda a determinar o rumo da comunicação, mas não é determinante para o seu sucesso. Isto quer dizer que até as pessoas mais introvertidas podem ser excelentes oradoras! Certo, o leitor não gosta de ter todas as atenções em si. Mas isso não significa que, assim seja necessário, deixe para trás esses receios e assuma o palco com eloquência. Os introvertidos são também pessoas que podem fazer a diferença. Sobre este assunto, podem ler o livro recentemente traduzido

Oradores irreverentes sim...mas não histriónicos!

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Por regra, queremos oradores que se destaquem! Oradores carismáticos, enérgicos e confiantes, pessoas activas e nos chamam a atenção e não permitem que os esqueçamos mais. Queremos oradores irreverentes que "magnetizem" o auditório com o seu entusiasmo e vivacidade. Alguns deles até usam adereços e todo o tipo de objectos para melhor ilustrar ou demonstrar as suas ideias. A maneira como os usam singularizam a apresentação fazendo com que seja difícil ao auditório esquecer-se daquele discurso marcante. Cada orador tem o seu estilo.  Conheço vários exemplos de pessoas cujo tom de voz é troante e vigoroso. Falam com convicção e força na voz.  Outros oradores começam por falar sentados mas quando atingem o clímax do seu discurso, entram num estado ebulitivo, quase furioso (no bom sentido da palavra), levantando-se e gesticulando intensamente. Independentemente do estilo de cada, a singularidade do orador não deverá nunca confundir irreverência e arrojo (nã

O que é a Retórica?

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Mas se é verdade que não recebemos dos deuses nada mais requintado que esse poder de falar, o que pode  ser mais digno de cultivar com esforço e trabalho, ou em que aspecto podemos ser mais desejosos de  superar os nossos semelhantes, senão no exercício, exactamente, do poder através do qual os homens  suplantam os animais ? Quintiliano, Institutio Oratoria, II, XVI.17 Eis um excerto do livro " Introdução à Retórica no séc. XXI " que nos ajuda a perceber melhor o que é a Retórica.  "Ao longo da História, a capacidade de transmitir aos outros, de forma estruturada e convincente, aquilo que pensamos foi uma das mais vitais formas de comunicação.  A Retórica é a disciplina que estuda o modo como comunicamos persuasivamente com os outros. A persuasão pode ser definida como “o processo simbólico no qual os comunicadores procuram convencer outras pessoas a alterar as suas atitudes ou comportamento em relação a um assunto através da transmissão de uma mensagem,

Análise Retórica: o que é isso?

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A Retórica é um campo de estudos que nos ajuda a compreender de que maneira somos discursivamente convencidos a fazer alguma coisa ou a pensar algo. A Análise Retórica dos textos concentra-se em revelar as estruturas argumentativos e demais elementos contribuidores para o processo de persuasão. Eis um excerto do livro " Introdução à Retórica no séc. XXI " que nos ajuda a perceber em que consiste e como se distingue de outros tipos de análise. "A Análise Retórica não consiste numa simples interpretação dos discursos. Ela distingue-se da Análise do Discurso, Análise de Conteúdo ou da Hermenêutica porque procura interpretar os discursos, não a partir das suas características intrínsecas ou da sua inclusão com determinados contextos sociais, mas a partir das estruturas argumentativas que suportam o processo geral de persuasão e convencimento". (p.190) (…) "A Análise Retórica examina persuasivamente um discurso. Considera o texto retórico enqua

Grandes Discursos: Charles de Gaulle a 18 de Junho de 1940

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A 18 de Junho de 1940, o General Charles de Gaulle pronunciava o discurso fundador da Resistência Francesa durante a II Guerra Mundial. Transmitido pela rádio britânica BBC, o discurso, além de apelar à luta contra o Terceiro Reich, prenuncia já a mundialização da Guerra. Era claro já que a França estava em risco de perder a guerra e tornar-se uma colónia alemã. Recusando assinar o armistício, o Primeiro-Ministro Paul Reynaud foi forçado a demitir-se e a ser substituído por Philippe Petain, o qual havia manifestado maior disponibilidade para acomodar as pretensões alemãs. Em desacordo com esta substituição, o General Charles de Gaulle, líder das Forças Livres Francesas ( Forces Françaises Libres ) reuniu-se com os responsáveis britânicos (incluindo Wiston Churchill) para delinear as acções futuras. Foi neste contexto que ele proferiu um discurso, em Londres, perante os microfones da BBC. Nele, de Gaulle exorta os franceses a não perder a esperança e desafia-os a combater a oc